XVI Encontro Nacional de Geógrafos

XVI Encontro Nacional de Geógrafos

Com o tema "Crise, Práxis e Autonomia: Espaços de Esperança e de Resistência", o evento ocorrerá na cidade de Porto Alegre/RS nos dias 25 a 31 de julho de 2010.

A proposta do tema é fomentar a discussão da CRISE, porém não somente discutir a crise pela crise, mas sim fazer com que nós GEÓGRAFOS pensemos em alternativas para tentar superar o nosso atual momento.

Sabemos que as crises são inerentes ao sistema capitalista, uma vez que necessita delas para poder se reinventar. Mas será que o capitalismo sempre terá essa capacidade de reinvenção? O que vemos hoje é uma sociedade paralisada e atônita, que tomou como natural a pobreza, o analfabetismo, a indigência, o agronegócio, a monocultura, a falta de terra, a falta de moradia, a falta de comida, a falta de ar puro, a falta de trabalho. Dentro deste contexto que não é só mundial, mas é também regional e local, propomos que a geografia sirva de instrumento para balizar esta discussão.

A crise evidencia a possibilidade de reordenar a lógica da produção em todas as suas vertentes. Se apresenta como pretexto para a resolução de problemas e aprimoramento dos esquemas de funcionamento da realidade econômica e social. Na essência, entretanto, essas crises podem reveler outros níveis de contradição que sustentam iniciativas de mudança e legitimam possibilidades concretas de organização e embate. Esse caráter transformador, possível a partir da análise sobre a crise, alimenta o sonho de uma sociedade mais justa e nutre as ciências humanas de uma crítica social mais contundente e radical, necessária para efetivos processos de insurreição. Nesta dimensão é que remetemos à PRÁXIS do geógrafo, à sua formação e experiência. Com quais termos temos compreendido os limites da ação? Como elaboramos o político em nossa experiência e formação. Dentre as inúmeras inserções dos(as) geógrafos(as), pensamos poder afirmar que a imensa capilaridade põe contatos com demandas teóricas, políticas, institucionais, etc., as quais exigem posturas e posições cada vez mais incisivas em relação ao produto social. Refletir sobre tais aproximações requer posicionamentos sobre a qualidade das inserções. Em que medida as posições construídas se pautam em relações autônomas, antagônicas, agônicas ou multiplamente determinadas?

Entendemos que a AUTONOMIA é uma dimensão latente nas diferentes escalas de atuação dos(as) geógrafos(as) e nas diferentes concepções sobre o conhecimento geográfico. O caráter epistêmico e político da autonomia é o que nos permite antever uma abertura efetiva ao diálogo e à participação durante o Encontro, já que não se trata de uma visão específica ou “una” do que vem a ser a autonomia, mas a própria autonomia como tema permite essa multiplicidade e diversidade de opiniões e posicionamentos.

Em julho de 2010, estaremos há poucos meses das eleições presidenciais, e em tese, se encerra um ciclo de mudanças sociais, econômicas, políticas, e por conseguinte, espaciais, que precisam ser avaliadas, de forma a preparar, desde o campo do pensar até a ação efetiva, a comunidade geográfica e a sociedade brasileira para o presente/futuro. Como fica, ou ficou a questão da reforma agrária e sua dimensão espacial? O mesmo para demais questões, como: os movimentos sociais, a educação e o ensino de Geografia; as questões urbanas; as questões ambientais; as políticas energéticas, econômicas; o mundo do trabalho, o bloqueio à demarcação das terras quilombolas e indígenas, como exemplo a ameaça a sobrevivência do povo guarani-kaiowá em Mato Grosso do Sul, cujos índices de violência são os mais altos entre todas as comunidades indígenas do país.

Produzir significa pensar e analisar o existente, mas ir além dele como ideia e práxis, o que só é possível considerando o possível como dimensão ainda não realizada, materializada. Ou seja, produzir é praticar as utopias, analisar as utopias determinadas e as determinações, interesses e práticas que as concebem, promovem, conduzem. É procurar e dialogar com o indeterminado, o que surge como expressão de práticas como possível práxis e não só o que já foi viabilizado, na luta nos espaços de resistências, como também na busca dos espaços da esperança.

Para desenvolver esta discussão propomos as seguintes áreas gerais e eixos temáticos:

ÁREAS GERAIS
Cidade/Urbano
Campo/Rural
Pensamento Geográfico
Natureza/Meio Ambiente
Educação



EIXOS TEMÁTICOS
1. Formação e experiência: a Práxis dos Geógrafos;
2. Escalas da crise: fragmentação e totalidade;
3. Autonomia da Geografia e Geografias das subversões;
4. Espaços de resistências e de insurreições;
5. Linguagens, representações, tecnologias e resistências;
6. A educação como instrumento de autonomia e liberdade;
7. Dinâmicas da natureza, processos de apropriação e suas contradições;

INFORMAÇÕES
www.agb.org.br

 

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